segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Dia 01 (15/11/2013): El Paso - TX

Após todo o atraso do voo, finalmente conseguimos chegar em El Paso (depois farei um relato mais detalhado dos voos!). Aeroporto muito pequeno e bonitinho, com uma temática meio mexicana (como tudo em El Paso, eu viria a descobrir). Pegamos as bagagens rapidamente e fomos direto para o balcão da Hertz. A atendente foi bem simpática, até tentou oferecer mais um monte de seguros, mas acabou recomendando apenas um, que tinha assistência 24h para qualquer lugar do país. Achamos bom pegar, já que íamos viajar bastante de carro. Havíamos reservado o tal Nissan Maxima que o Gustavo tanto queria e, obviamente, o carro não estava disponível. A atendente perguntou se um Ford Taurus servia. O Gustavo até murchou com a pergunta. E eu, com toda a simpatia do mundo, expliquei que o meu marido estava sonhando com o tal Maxima, se tinha como olhar de novo se não tinha o carro, etc, etc. Bingo! Eis que surge um Maxima! Fomos para o estacionamento, apanhamos um pouco pra descobrir como funcionava o carro, colocamos o endereço do hotel no GPS e em 15 minutos estávamos no Hotel Camino Real, sobre o qual falarei em um post específico.
Se tem um erro grande de planejamento que cometi nessa viagem, foi considerar o primeiro dia um dia efetivo, com programação de passeios e tal. Parecíamos dois zumbis saídos diretamente de um episódio de The Walking Dead para as ruas de El Paso. Cinco horas de fuso horário mais cerca de 19 horas entre o embarque em Brasília e o desembarque no Texas foram um massacre. Mas tudo bem, a viagem estava começando e reunimos todas as nossas forças pra aproveitar ao máximo nosso único dia em El Paso.
Deixamos nossas coisas no hotel, tomamos um bom banho e pegamos o carro. O plano era conhecer as três missões espanholas de Socorro, Ysleta e San Elizario, sendo essa última a que mais me interessava. O que não estava nos planos era ter que encontrar uma Best Buy para comprar uma câmera, pois a nossa quebrou um dia antes da viagem. Ok, câmera comprada, Mission Trail. Sexta-feira, 17 horas. O caminho margeava a fronteira com o México e ficamos presos num engarrafamento monstruoso próximo à alfândega. Considerei uma experiência sociológica (afinal eu estava de bom humor). Aproveitamos pra fotografar a clássica placa da alfândega, que vemos nos filmes.


 
As fotos não ficaram sensacionais, mas é que tinha muita gente buzinando atrás...

Saímos do engarrafamento e tivemos que abrir mão de visitar todas as missões, não daria tempo antes de escurecer. Fomos apenas a Ysleta, a mais próxima do centro da cidade. Bem bonita e conservada, toda em adobe, no meio de um pueblo tipicamente mexicano, com suas casinhas cor de terra. Todas as rádios só pegavam música mexicana! Gostamos bastante do passeio. 



Voltando a El Paso, estávamos roxos de fome e resolvemos "almojantar". Rumamos para o L&J Café, restaurante histórico em frente ao Cemitério La Concordia. O cemitério foi um passeio por si só. Não é todo dia que você está nos outskirts de El Paso, jantando em frente a um cemitério na areia. Sim, na areia. Todo um clima Kill Bill. O L&J não é um restaurante chamativo, nem bonito, parece mais uma espelunca de beira de estrada. Gustavo inclusive perguntou "tem certeza que você quer comer ?!". Mas eu confiei no Tripadvisor e fiz bem: o restaurante é excelente! Um bar animado, atendimento atencioso, comida tex mex de primeira e bons preços! Super recomendo!   


 
Cemitério Judeu B'nai Zion e Cemiterio de la Concordia ficam lado a lado. 

Terminado o jantar, passamos num Walgreens, compramos algumas coisas essenciais e corremos para o hotel. Ás oito e meia da noite (horário local), eu estava dormindo a sono solto (até acho que aguentei bastante).

Impressões sobre El Paso - El Paso é uma cidade de contrastes. A enorme grade que separa os dois países é um lembrete permanente da tensão que se instala no local. Ciudad Juarez, logo ali, é feia, densa e cheia de construções humildes se estendendo sobre os morros. Com a alfândega funcionando incessantemente, dá mais a sensação de ser tudo a mesma cidade com um pedágio étnico-cultural no meio. Tem carro da Border Patrol pra todo lado e policiais ostensivamente armados aos montes. Ouvi mais espanhol do que inglês. Todas as referências culturais da cidade são hispânicas, o que faz ficar difícil acreditar que estamos nos EUA (e não, não adianta querer falar que Miami é assim também, porque é bem diferente). Tem museus bonitos (que eu não tive tempo de visitar), poucos arranha-céus e muitas obras de infraestrutura acontecendo. Tudo isso coroado pela linda vista das montanhas Franklin e por uma secura que faz Brasília parecer úmida no mês de agosto. Tenho vontade de ir novamente com mais calma e fazer os passeios que não tivemos tempo de fazer! 
Quando eu digo grade, é uma senhora grade...

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